Em um cenário de crise econômica e incertezas, nasceu o Bitcoin, a moeda digital que prometeu encarar e resolver os principais problemas das moedas tradicionais

    Em 2008, os Estados Unidos enfrentaram uma das crises financeiras mais profundas de sua história, conhecida como a “Crise do Subprime”. Especialmente a partir dos anos 2000, as instituições financeiras começaram a facilitar o acesso ao crédito imobiliário, mesmo para pessoas com alto risco de crédito, ou seja, aquelas que não tinham plena capacidade de cumprir com os pagamentos. O fácil acesso ao crédito, além de inflacionar o mercado imobiliário, revelou-se rapidamente um verdadeiro desastre devido ao grande número de inadimplências. O calote sistêmico levou importantes instituições financeiras à falência, criando um verdadeiro caos econômico.

    Foi exatamente nesse contexto que o Bitcoin surgiu. Em 31 de outubro de 2008, sob o pseudônimo Satoshi Nakamoto, um artigo intitulado “Bitcoin: A Peer-to-Peer Electronic Cash System” foi publicado, apresentando ao mundo pela primeira vez uma alternativa à moeda fiduciária tradicional: uma moeda digital segura, sem intermediários e descentralizada.

    O contexto econômico mundial naquele momento era altamente favorável ao surgimento de novas formas de transação financeira, como evidenciado pela mencionada crise econômica de 2008, que impactou não apenas os Estados Unidos, mas o mundo inteiro. 

    O Bitcoin identificou algumas das principais fragilidades das moedas fiduciárias, que incluem os principais motivos da crise, como a criação excessiva de dinheiro por meio da emissão de crédito desenfreada. Além disso, o Bitcoin também destacou como as instituições financeiras e governos possuem uma capacidade praticamente ilimitada de influenciar a economia.

    Neste cenário, uma das principais vantagens do Bitcoin está na sua descentralização. Diferente das moedas oficiais, a criptomoeda não é controlada por uma instituição, como um Banco Central, ou mesmo pelo governo de um país, mas é controlada pelos próprios usuários, já que são eles que validam as transações nas exchanges de criptomoedas.

    Outro ponto forte do bitcoin está em sua segurança. Todas as transações efetuadas com ele são registradas através de uma tecnologia chamada Blockchain, em tradução livre, “Cadeia de Blocos”. Através do Blockchain é possível validar todas as transações efetuadas com a moeda, desde a sua primeira transação até a última efetuada, o que permite que ela seja totalmente auditada e praticamente impossível de ser fraudada.

    Além disso, o Bitcoin tem o potencial de resolver outro problema das moedas fiduciárias: a emissão monetária. Ao contrário das moedas tradicionais, que são constantemente emitidas pelas decisões dos Bancos Centrais e governos, o Bitcoin possui um suprimento finito. Isso significa que há um limite definido para a quantidade de Bitcoins que podem ser criados. Essa característica é uma das principais causas de inflação e desvalorização das moedas tradicionais.

    Por sua tecnologia, confiabilidade, valorização e independência, o Bitcoin vem ganhando, desde sua primeira transação em 2009, mais e mais usuários, se consolidando como a opção mais viável para movimentações financeiras, desde as mais simples até as mais complexas, e também para reserva de valores.

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