O Brasil é o país com mais pessoas convivendo com a ansiedade, com aproximadamente 23 milhões de afetados, o que corresponde a cerca de 9,3% da população. Esse índice é quase o dobro da média mundial, que é de cerca de 4%. Essa realidade é preocupante e reflete uma série de fatores sociais, econômicos e psicológicos.

    Diversos motivos explicam esses altos índices de ansiedade no Brasil. As desigualdades sociais, a violência nas cidades e a instabilidade econômica têm um papel importante nesse cenário. Além disso, a dificuldade de acesso a serviços de saúde e o uso excessivo de tecnologia intensificam essa situação. O Brasil é um dos países com maior dependência de dispositivos eletrônicos, o que gera um estado contínuo de alerta e estresse.

    Quando a ansiedade não é tratada, ela pode gerar sérias consequências para a saúde física e mental. Isso pode levar ao uso abusivo de substâncias como álcool, drogas e medicamentos. Comportamentos autodestrutivos, como a automutilação e pensamentos suicidas, também são preocupantes. Além disso, a ansiedade pode causar problemas de saúde, incluindo doenças cardíacas, gastrintestinais e imunológicas.

    Entendendo a Ansiedade

    Uma crise de ansiedade pode durar de minutos a horas e a intensidade varia. Contudo, existem algumas estratégias que podem ajudar a evitar ou aliviar esses episódios.

    1. Regule a Respiração

    Durante uma crise, o corpo entra em um estado de alerta. O coração dispara e a respiração fica rápida e superficial. Essa resposta é conhecida como “modo de luta” ou “modo de fuga”. Essa alteração na respiração pode causar sensação de falta de ar e dificuldade de pensar com clareza. Por isso, controlar a respiração é fundamental.

    Uma técnica simples consiste em inspirar lentamente pelo nariz, segurar o ar por alguns segundos e expirá-lo pela boca. Repita várias vezes até que a respiração e o batimento cardíaco voltem ao normal. Essa prática pode ser essencial em momentos difíceis.

    2. Redirecione os Pensamentos

    Durante uma crise de ansiedade, a mente tende a se perder em um turbilhão de pensamentos negativos. Para reverter isso, é importante focar em algo específico. Se você estiver acompanhando alguém em crise, peça que essa pessoa descreva o que vê ao redor ou compartilhe uma lembrança positiva. Isso ajuda a desviar a mente de pensamentos ansiosos e a restaurar um senso de controle.

    3. Nomeie as Emoções

    Sentimentos intensos podem ser confusos, mas nomeá-los facilita o entendimento. Aprender a reconhecer o que estamos sentindo, como medo ou tristeza, é parte do processo de gestão emocional. Manter um diário onde você anota suas emoções diárias pode ajudar a aumentar essa consciência. Racionalizar as emoções pode facilitar o controle durante as crises.

    4. Movimente-se

    Praticar atividades físicas regularmente é uma excelente forma de combater a ansiedade. Exercícios físicos não só melhoram a saúde do corpo, mas também promovem a liberação de neurotransmissores que geram sensação de bem-estar, como a endorfina. Você pode optar por caminhar, dançar ou fazer yoga; até mesmo um alongamento pode ajudar a centrar a mente durante crises.

    5. Durma Bem

    O sono de qualidade é fundamental para a saúde mental. Não dormir o suficiente pode piorar a ansiedade e afetar o sistema imunológico. Durante o sono, o cérebro processa experiências e emoções do dia, por isso, é essencial estabelecer uma rotina de sono. Tente dormir sempre à mesma hora, evite telas antes de deitar e prefira bebidas não cafeinadas à noite.

    6. Busque Ajuda Profissional

    Se a ansiedade for frequente ou impactar a vida de forma significativa, procurar ajuda profissional é crucial. O diagnóstico pode exigir passar por várias etapas, onde o médico descarta outras causas físicas para os sintomas. Esse processo é necessário para entender melhor a situação e encontrar o tratamento mais adequado.

    O tratamento normalmente envolve sessões de psicoterapia. A terapia cognitivo-comportamental é uma das mais recomendadas, pois ajuda a identificar gatilhos, reorganizar pensamentos e desenvolver estratégias para enfrentar o estresse. Em alguns casos mais graves, o médico pode sugerir medicamentos ansiolíticos ou antidepressivos. É fundamental que esse uso seja monitorado por um profissional.

    Lidar com a ansiedade não é apenas buscar uma solução rápida em momentos de crise. Trata-se de um compromisso contínuo com a própria saúde mental. Reconhecer a necessidade de ajuda não é fraqueza, mas uma demonstração de coragem e autocuidado. É importante entender que enfrentar a ansiedade requer suporte, informação e, muitas vezes, um plano de ação bem estruturado.

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