Muita gente pensa que o processo de compra é direto, quase automático. A pessoa vê um anúncio, gosta e compra na hora. Só que a realidade é bem diferente. 

    No mundo digital, o consumidor segue um caminho cheio de paradas, dúvidas e comparações até decidir.

    A pesquisa E-commerce Trends 2025 mostra isso com clareza. Cerca de 75% das pessoas clicam no anúncio apenas para dar uma olhada, mas deixam a compra para depois. Esse número deixa claro que medir uma campanha apenas por cliques ou compras imediatas é uma forma bem limitada de entender o que acontece de verdade.

    O anúncio funciona como a porta de entrada. Ele desperta a curiosidade, chama atenção e dá início a uma relação entre marca e consumidor. Só que a decisão de comprar, na maioria das vezes, acontece em outro momento. Isso exige que a empresa enxergue o processo como uma sequência, não como um único passo.

    Por isso, quem foca só em conversão instantânea acaba se frustrando. O digital é um jogo de paciência, presença e constância. O anúncio abre espaço na mente da pessoa, mas o que faz ela comprar é o conjunto de ações que vêm depois: remarketing, conteúdos de apoio, bons atendimentos e confiança construída aos poucos.

    O impacto do clique e da lembrança de marca

    Dentro desse mesmo estudo, aparece outro dado interessante. 13% das pessoas clicam no anúncio e compram na hora. Esse grupo é menor, mas muito valioso. São consumidores que já estavam quase decididos e só precisavam de um empurrão. Para eles, o anúncio funciona como o último empurrãozinho para fechar o carrinho.

    Mas há também outra parcela de 13% que não clica de imediato, só guarda a informação na memória. Eles lembram da marca e voltam depois para comprar. Isso mostra que o impacto de um anúncio vai além do clique visível. Mesmo sem interação direta, ele fica gravado na cabeça do consumidor.

    Esse comportamento deixa uma lição importante. Nem sempre o que aparece no relatório traduz o real efeito da campanha. A compra pode acontecer dias depois, sem que o sistema registre ligação direta com o anúncio. Ainda assim, foi aquele impacto inicial que plantou a semente.

    Na prática, isso significa que branding e performance caminham juntos. Um anúncio bem feito pode não gerar compra na hora, mas ajuda a criar lembrança e confiança. E, quando a necessidade aparece, a marca já está na mente da pessoa.

    O papel da consistência e frequência

    Um erro comum é achar que basta soltar um anúncio para as vendas dispararem. A pesquisa mostra o contrário: a jornada de compra é fragmentada e exige repetição. É aqui que entram a consistência e a frequência. Estar presente de forma contínua nas redes aumenta muito as chances de ser lembrado na hora certa.

    Esse efeito é o famoso “top of mind”. Quando alguém pensa em um produto ou serviço, algumas marcas vêm à cabeça primeiro. Isso não acontece por acaso, mas sim porque essas marcas aparecem várias vezes, em diferentes formatos e momentos. Elas não deixam o consumidor esquecer que estão ali.

    Além disso, a repetição gera confiança. Quando o público vê uma empresa várias vezes, a sensação é de que ela é mais sólida, confiável e estabelecida. É a velha lógica da familiaridade: quanto mais vezes você vê, mais natural parece confiar. Isso vale tanto para grandes empresas quanto para negócios locais.

    Portanto, não é só a qualidade de um anúncio que importa. O que realmente faz diferença é manter uma presença constante, reforçando a mensagem. Anúncios isolados podem até chamar atenção, mas dificilmente criam um vínculo duradouro. O resultado verdadeiro vem da soma de várias aparições, que consolidam a marca na memória do público.

    Branding como pilar da conversão

    Os números deixam claro: o que mantém a marca viva na mente do consumidor não é apenas o anúncio, mas sim o trabalho de branding. Se a maioria adia a compra ou só lembra depois, o que define quem vai ser escolhido é a força da marca. Sem isso, o anúncio vira apenas mais uma propaganda perdida no meio do feed.

    Branding não se resume a logotipo ou design bonito. É sobre transmitir confiança, valor e consistência em cada ponto de contato. Quando o consumidor encontra a mesma identidade e mensagem no anúncio, no site e até no atendimento, cria-se uma relação de confiança. Essa relação é o que transforma interesse em decisão.

    Por isso, olhar apenas para métricas como clique e custo por conversão pode ser perigoso. O verdadeiro retorno aparece quando o consumidor passa a ver a marca como referência. Com o tempo, isso reduz o esforço para fechar uma venda, porque a pessoa já está convencida antes mesmo de entrar em contato.

    Assim, o branding deve ser visto como investimento de longo prazo. Ele não garante vendas imediatas, mas prepara o terreno para que cada anúncio futuro tenha mais força. É o que separa empresas que vivem de campanhas pontuais daquelas que constroem resultados constantes e previsíveis.

    Estratégias para transformar anúncios em vendas

    Se a maioria não compra de imediato, como transformar anúncios em vendas reais? A resposta está em acompanhar o consumidor ao longo de todo o processo. Segundo a agência de social media, o remarketing é uma das formas mais eficazes. Ele reaparece para quem já interagiu com a marca, reforçando a mensagem e aumentando a chance de conversão.

    Outra estratégia é criar conteúdos de valor que mantenham o relacionamento ativo. Em vez de empurrar o produto o tempo todo, a marca pode oferecer dicas, informações e exemplos práticos. Esse tipo de conteúdo educa, gera confiança e faz a pessoa avançar naturalmente na decisão de compra.

    Também é fundamental usar segmentação inteligente. Quem clicou e não comprou precisa de uma abordagem diferente de quem nunca ouviu falar da empresa. Isso torna o anúncio mais relevante e evita desperdício de investimento. Cada público recebe uma mensagem que conversa com o estágio em que está.

    Em resumo, vender pelo digital exige estratégia além do criativo bonito. É preciso analisar dados, personalizar mensagens e manter a constância. Só assim o anúncio deixa de ser uma peça isolada e passa a ser parte de uma engrenagem que realmente gera resultado.

    Conclusão

    O estudo confirma que as compras por anúncios nas redes sociais não seguem um caminho direto. A maioria das pessoas olha, mas deixa para comprar depois. Uma parte compra na hora, enquanto outra só lembra mais tarde e finaliza a compra. Isso mostra que medir apenas cliques e conversões imediatas não revela toda a história.

    O que realmente sustenta as vendas é a combinação entre presença contínua, branding forte e estratégia inteligente. Não adianta aparecer uma vez e esperar resultados milagrosos. É preciso estar presente em diferentes momentos, reforçar a mensagem e se tornar referência.

    No fim das contas, o anúncio é o primeiro passo. O que transforma esse interesse em cliente fiel é a estratégia que vem depois: remarketing, nutrição, segmentação e construção de marca. Quem entende essa dinâmica deixa de caçar cliques e começa a colher resultados sólidos e duradouros.

    Imagem: freepik.com

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