As dores do carma familiar são extremamente intensas, já que a família é a nossa base, nosso apoio na vida. Os primeiros rostos que vemos ao nascer são de quem faz parte da nossa família, e são eles que nos mostram o que é o amor. Tudo que somos, devemos a eles.

    No entanto, se olharmos com atenção, notamos que as relações familiares são muitas vezes conturbadas. Conflitos, traumas e desavenças são comuns e podem acompanhar a gente por toda a vida. Problemas com a mãe, um pai ausente ou muito rígido, além da rivalidade entre irmãos, são exemplos do que pode ocorrer nas dinâmicas familiares.

    Nem todos que vêm de famílias disfuncionais se tornam violentos ou cometem crimes. Mas a maioria dos criminosos tem uma história de abuso ou abandono na infância. E por que isso acontece? A família era para ser o espaço onde encontramos o amor mais puro e sincero, mas nem sempre é assim.

    Por isso, as dores do carma familiar são tão profundas. Essa dor faz parte do nosso aprendizado nesta vida. Quer entender o porquê? Vamos explorar isso!

    A família e as dores do carma

    Para entender melhor as dores do carma familiar, podemos usar a obra de Allan Kardec. Ela nos ajuda a perceber que, para algumas pessoas, a família é um lugar de alegrias e segurança. Para outras, isso pode ser uma prova difícil, repleta de angústia e traumas.

    A primeira coisa a entender é que viemos à Terra com um propósito, e a família que escolhemos faz parte desse plano. Somos seres sociais, e ter relacionamentos é natural, essencial para o nosso crescimento moral e intelectual. A formação de famílias é parte disso, e é por meio dela que podemos nos desenvolver.

    Considerando isso, podemos dizer que a vivência familiar pode ser expiatória. Isso quer dizer que, através do amor, diferenças de vidas passadas podem ser superadas. Por meio da justiça divina, um antigo adversário pode se tornar um irmão, ou alguém próximo, na vida atual. As relações que antes eram marcadas por sentimentos densos podem se transformar em laços de amor.

    A família também pode ser formada por espíritos que reencarnam juntos, não por resgatar dívidas do passado, mas por um propósito de evolução mútua. Esses laços são construídos com amor e harmonia, e não necessariamente por conflitos.

    A cura dos conflitos

    A Terra é um planeta onde viemos para aprender e crescer, então, os espíritos que aqui habitam não estão sempre em níveis elevados de evolução. Isso torna mais comum encontrar famílias com conflitos do que aquelas marcadas por amor e compreensão. As dores familiares são as mais difíceis de suportar.

    O que à primeira vista parece ser um castigo é, na verdade, uma oportunidade de cura. Na família, é onde devemos buscar os primeiros passos para a nossa reforma íntima!

    “A cura entra pelas portas da maternidade”
    André Luiz

    Pense com calma. Às vezes, conflitos familiares têm suas raízes em vidas passadas. O amor é uma força poderosa para aproximar antigos inimigos. O bebê que chega é recebido com alegria e simboliza essa nova chance. A maternidade cria um laço forte, um dos mais profundos que podemos estabelecer.

    O esquecimento do passado é uma chance que temos para recomeçar. Porém, o perdão é uma virtude que ainda deve ser mais desenvolvida em nós. Observamos que muitas pessoas têm dificuldade em perdoar pequenas coisas, como traições ou dívidas. Imagine, então, perdoar algo grave como a perda de um ente querido. O amor familiar também se manifesta nessas dificuldades.

    Esse é o ponto onde encontramos a cura e a oportunidade de aprender a amar, até mesmo aqueles que já nos feriram. E as fraquezas que temos nos levam a encarnar em famílias que podem ser desafiadoras. Por exemplo, alguém que precise aprender sobre amor-próprio pode nascer em um lar que o humilha. Isso não é por acaso.

    A evolução não acontece no conforto; é nas dificuldades que encontramos o crescimento. A autoestima pode se enfraquecer em um lar hostil, e esse sofrimento pode levar a transformações profundas. A experiência pode ser dolorosa, mas é ela que ensina.

    Um espírito que precisa trabalhar o ciúme, por exemplo, pode atrair relacionamentos que intensifiquem essa fraqueza. Se ele não passar por isso, não conseguirá lidar com seu problema de posse. Alguém que só vive relacionamentos seguros não enfrentará suas sombras e não encontrará a liberdade que precisa.

    O poder do amor

    Em algumas situações, o amor é a chave para curar as dores do carma familiar. Por isso, resolver problemas dentro da família é tão relevante para o nosso processo evolutivo. No seio da família, a gente se esforça para entender melhor um ao outro, buscando um convívio saudável.

    “Não importa o que a vida fez de você. Importa o que você faz com o que a vida fez de você”
    Sartre

    Tanto pelo amor quanto pela dor, as relações familiares podem ensinar lições valiosas. No entanto, é essa dinâmica que pode nos levar à paz, ao crescimento espiritual. Precisamos aprender a amar, mesmo quando tudo parece difícil. Quanto mais amor e compreensão cultivarmos, mais rápido nossas feridas vão cicatrizar.

    O carma dos outros é responsabilidade deles. Aqueles que sofrem abusos, por exemplo, têm a chance de encerrar o ciclo de dor e usar essa experiência para seu crescimento e libertação.

    Quando perdoamos, estamos, acima de tudo, fazendo um bem para nós mesmos. Reconhecer a dificuldade de enxergar amor em quem nos magoou é comum, mas o perdão é uma escolha pessoal, não uma pressão externa.

    “O perdão é um catalisador que cria a ambiência necessária para uma nova partida, para um reinício”
    Martin Luther King

    É nas dificuldades que encontramos força. Quem supera as dificuldades familiares desenvolve uma força que não pode ser abalada. O perdão não precisa ser um ato público. Pode ser uma escolha interna, uma compreensão de que todos estamos nessa jornada de aprendizado.

    Perdoar é se libertar das amarras que a dor cria. Ao fazer isso, cumprimos nossa missão e usamos essa experiência para evoluir. O caminho é sempre o amor, e ele pode florescer até nos momentos mais sombrios. A família pode realmente causar dor, mas temos o poder de transformar isso em amor. Mesmo que pareça difícil, essa é nossa escolha.


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