BRASÍLIA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou na quinta-feira, 12, em Mariana (MG), sobre o “clima pesado” na Câmara dos Deputados. Ele busca aprovar medidas para aumentar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

    Lula criticou os deputados que ficam no celular, comentando que muitos só falam “besteira”. Ele disse que o ambiente na Câmara está tenso e que alguns representantes só querem saber de olhar para a tela e postar coisas inúteis.

    No dia anterior, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, teve um desentendimento com os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG) e Carlos Jordy (PL-RJ). Eles deixaram a sala depois de fazer questionamentos que logo foram compartilhados nas redes sociais. Haddad classificou essa atitude como ‘molecagem’, causando confusão durante a audiência.

    Lula também mencionou que sua gestão enviou um projeto ao Congresso Nacional para isentar do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil. Ele acredita que o governo precisa corrigir os problemas do Brasil, que, segundo ele, enfrentou um período de “decadência” após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

    “Estamos tentando consertar as coisas aqui. É complicado, porque depois do governo da Dilma, o País entrou numa fase muito ruim”, comentou. O presidente também criticou a discussão sobre desvinculação do salário mínimo de programas sociais, afirmando que o crescimento do PIB é resultado do trabalho dos mais pobres.

    “O mínimo é tão pouco. Quando a inflação sobe, não estamos aumentando, apenas recuperando o salário. O que realmente importa é quando o PIB cresce 3%, isso vem do trabalho de todos vocês”, destacou Lula.

    Ele participou de uma cerimônia para anunciar avanços do Acordo Rio Doce em Minas, um projeto para reestruturar a área afetada pela barragem do Fundão, que se rompeu em novembro de 2015.

    “A Vale é do Brasil, não o Brasil é dela”

    Sobre a Vale, Lula comentou que a nova diretora da empresa entende que a companhia pertence ao Brasil. Ela está dialogando com o governo, movimentos sociais e sindicatos sobre a reconstrução do Vale do Rio Doce.

    “A nova diretoria da Vale está conversando com todos os setores. Eles sabem que a Vale é do Brasil, não ao contrário”, disse o presidente. Ele mencionou que, sob os governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro, a mineradora caiu nas classificações e quer que a empresa retome sua força.

    Lula ressaltou que a Vale era muito competitiva quando era uma estatal. “Ela estava entre as melhores. Quero que ela se reestabeleça e cresça novamente. A nova diretoria precisa entender que a relação com a população deve ser respeitosa”, afirmou.

    “Não fui eleito para favorecer os ricos”

    Lula também comentou que não foi eleito para beneficiar os ricos. Ele explicou que os ricos recebem R$ 860 bilhões em isenções fiscais, e o Brasil enfrenta uma situação em que os pobres parecem destinados a continuar na pobreza.

    “Não fui eleito para ajudar os ricos. Quero que eles tenham o que é justo, mas meu foco é nas pessoas mais pobres. Quero garantir oportunidades para que todos possam estudar, independente de onde vêm”, concluiu.

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